Meditação necessária sobre OVNIs
e seres extraterrestres - Parte
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Sábado, julho 09 @ 16:00:45 CDT por josef | | Por Francisco Claussen *
A história dos relatos de raptos de seres
humanos por alienígenas teve seu marco inicial em 1966, com a
famosa história de Barney e Betty Hill, que deu origem à
publicação do livro A Viagem Interrompida. Nele era relatada a
suposta abdução do casal de New Hampshire, cinco anos antes.
Quando a saga dos Hill chegou aos meios de comunicação, foi
aberta a temporada dos raptos ou, mais propriamente, dos
relatos de raptos.
Os elementos da história de Barney e
Betty e de outra semelhante, contada pelo brasileiro Antônio
Villas-Boas, que afirmava também ter sido raptado até antes,
em 1957, logo começaram a aparecer num número cada vez maior
de relatos feitos aos ufólogos e, às vezes, à imprensa. Várias
dessas ocorrências eram aparentemente muito anteriores à
experiência dos Hill e de Villas-Boas, mas teriam sido
mantidas em segredo pelos raptados. Só depois de observar a
atenção dada a esses casos é que os indivíduos envolvidos
teriam se sentido confiantes o bastante para admitir
publicamente suas próprias experiências.
Da mesma forma
que surgiam cada vez mais relatos de abdução, algumas poucas
viagens a outros mundos passaram a ser descritas por
testemunhas. Mas nenhuma com tantos detalhes quanto a
supostamente feita por uma mulher da Nova Inglaterra (EUA),
chamada Betty Andreasson. Ela teria sido contatada por seres
extraterrestres pela primeira vez aos sete anos, e de novo aos
12.
Segundo suas lembranças, depois de terem chegado ao
planeta a que fora conduzida, eles a puseram numa poltrona
dentro de uma nave esférica de vidro, que imediatamente
mergulhou num ambiente aquático. O veículo veio à tona dentro
de um túnel gélido, em parte recoberto por incontáveis blocos
cristalinos. Dentro destes havia figuras humanas imóveis,
incrustadas como insetos em âmbar e vestidas com roupas de
eras passadas. Após devolverem a menina à Terra, os
alienígenas fizeram-na esquecer suas viagens, que só foram
recuperadas hipnoticamente.
Outra dessas interessantes
histórias revela o rapto de um ser humano e sua rejeição pelos
alienígenas. Foi o que aconteceu ao petroleiro Carl Higdon,
então com 40 anos de idade, que fazia uma caçada na floresta
Medicine Bow, no Estado norte-americano do Wyoming, na tarde
de 25 de outubro de 1974. Avistando um alce macho e quatro
fêmeas, mirou no macho e atirou, mas a bala chegou até uns 15
m adiante e caiu abruptamente. Higdon foi recuperá-la e
descobriu entre as árvores aquela espécie de homem, ali
parado. A presença da figura humanóide, que se identificou
como Ausso, deve ter sido impactante, pois quando ele mostrou
a Higdon uma caixa de comprimidos, o petroleiro engoliu um sem
questionar. Quando a nave partiu, segundo Higdon, ele ficou
olhando para a Terra, que se afastava gradualmente. Então,
quase de imediato, pousaram numa superfície escura, que ele
supôs que fosse o planeta do alienígena.
Lá chegando observou que cinco seres de
aparência humana conversavam e não se aperceberam de sua
chegada. Ele teve pouco tempo para observar a cena, pois logo
foi levado para uma sala de exames. Lá chegando, Ausso passou
um grande escudo sobre o corpo de Higdon e disse: “Ele não
serve para o que precisamos”. Mais tarde, Higdon especulou que
fora rejeitado porque, como fizera uma vasectomia, não servia
para reprodução. De volta ao cubo viajante, em pouco tempo ele
se viu novamente na floresta, duas horas depois de ter
disparado sua arma contra o alce.
“Os raptos abriram
o mistério dos OVNIs como um ovo cósmico”, declarou o
ufólogo e investigador de abduções David Jacobs, professor da
Universidade de Temple. “Neles vemos como é a vida
alienígena e a exploração da raça humana. Os aliens estão
realizando experiências genéticas com homens e mulheres
selecionados”. Outros estudiosos acreditam que as abduções
representam muito mais do que sabemos ou podemos imaginar.
Para alguns, os OVNIs sequer são espaçonaves. De qualquer
forma, o período dos anos 70 até o início dos 80 foi fértil em
matéria de histórias de raptos por seres extraterrestres. Só
em 1975 surgiram 25 casos. Em 1979, 27 casos vieram à tona e
mais de 40 foram registrados em cada um dos dois anos
seguintes. Havia tantas histórias de norte-americanos que
afirmavam terem sido raptados por discos voadores que o
assunto estava assumindo proporções de fenômeno
psicossocial.
Assim, brotaram em diversas partes do
país grupos de apoio nos quais supostas vítimas de seqüestro
faziam discussões terapêuticas de seus problemas. Foi criada
até uma conferência anual para os raptados, reunida pela
primeira vez em 1980 na Universidade de Wyoming, sob os
auspícios de um pioneiro ufólogo, Leo Sprinkle, que
freqüentemente servia como consultor da extinta Aerial
Phenomena Research Organization (APRO). Em 1991, 137 pessoas
participaram da conferência, que acontece até os dias de hoje.
Estava criada, naquela época, a cultura dos contatados, que se
acredita serem pessoas escolhidas por ETs e que com eles se
encontram uma ou várias vezes. Hoje em dia há milhares de
pessoas em todo o planeta que alegam estar em contato
permanente com seres extraterrestres.
Para tentar impor
um pouco de ordem à profusão de incidentes com extraterrestres
que eram relatados naquela época, o astrofísico J. Allen
Hynek, conhecido pesquisador e fundador do Center for UFO
Studies (CUFOS), desenvolveu no início dos anos 70 uma
classificação hierárquica de tipos de contatos com ETs. Seu
sistema começava com três categorias inferiores de visões de
OVNIs à distância. A mais simples era a visão de luzes no céu
noturno, seguida por discos avistados à luz do dia e por
visões apoiadas por leituras de radar. As categorias mais
importantes eram os envolvimentos diretos, que ele chamou de
contatos imediatos ou CI. Um CI 1 era a visão de um OVNI a não
mais de 180 m de distância, sem qualquer interação entre ele e
o observador ou o ambiente. Um CI 2 era aquele tipo de caso em
que fossem registrados efeitos físicos discerníveis atribuídos
a OVNIs, tais como vegetação esmagada ou queimada em campos
cultivados ou o colapso de sistemas elétricos. Já o CI 3 era o
caso em que seres alienígenas eram vistos em suas naves, ou
próximos a elas.
A Força Aérea Norte Americana (USAF),
depois de acompanhar por longo período essas histórias, achou
que era tempo perdido ficar examinando todos aqueles relatos
de avistamentos de OVNIs e concluiu que seria muito mais útil,
naquele momento, centrar suas atividades na missão de
monitoramento da União Soviética, pois era época da Guerra
Fria. Segundo os relatórios que emitiam, as pesquisas da USAF
pouco haviam encontrado de palpável sobre naves e seres
alienígenas. Em vez disso, seus investigadores partiam do
princípio de que a maré de visões de discos voadores era o
resultado direto do rápido avanço da tecnologia na época, da
constante tensão política e de grandes sucessos radiofônicos
ou cinematográficos, como Guerra dos Mundos, de Orson Wells.
Para os céticos, esses relatos – que muitas vezes incluíam
sessões de exames físicos e mesmo fecundação por ETs – não
passavam de alucinações.
Por outro lado, alguns
pesquisadores mais ousados já teorizavam que, se as histórias
de raptos fossem verdadeiras, talvez os alienígenas estivessem
desenvolvendo estudos dos humanos a longo prazo, e realizando
experiências genéticas na esperança de criar um híbrido
humano-alienígena. Essa hipótese foi bastante aproveitada pela
TV, como na conhecida série Arquivo X, em que seus autores, na
ânsia de aproveitar o germe de visitas extraterrestres que
ficou inculcado na humanidade ao longo dos tempos, criaram
programas bem amparados em recursos virtuais – embora muitos
deles não apresentem um fim definido, deixando simplesmente o
epílogo por conta da sensibilidade do telespectador que,
imbuído na sua crença, idealizava uma continuação da
historia.
Enquanto personagens como Hynek pressionavam
o governo dos EUA para que os OVNIs fossem estudados com mais
seriedade, outros cientistas apareciam com novas hipóteses
para explicar o fenômeno como um todo. Alguns diziam que se
tratava de um problema psicológico. Alegava-se, por exemplo,
que a maioria das pessoas que observam OVNIs tinha deficiência
de status, ou seja, que suas posições na vida não
correspondiam às suas expectativas. Segundo esse raciocínio, o
relato de avistamentos de naves e ETs podia ser gratificante
para elas, porque passariam a se sentir mais
importantes.
Outras hipóteses foram sendo emitidas
sobre o problema das visitas extraterrestres. Alguns
pesquisadores – verdadeiros céticos – inspiraram-se em
cientistas como o falecido Donald Menzel, um astrônomo de
Harvard que, nos anos 60, afirmara que todas as aparições de
OVNIs se resumiriam a uma fraude descarada, a algum fenômeno
natural ou a um efeito atmosférico incomum. Segundo essa
definição simplista, as lembranças de um encontro com
alienígenas não passariam de uma aberração mental de
observadores perturbados. Uma interpretação psicológica mais
complacente foi proposta, pela primeira vez, por ninguém menos
que Carl Jung, psiquiatra famoso que estudou com Sigmund Freud
e depois fundou seu próprio sistema de psicanálise. Jung
achava que as histórias de visitantes alienígenas brotavam do
fundo do inconsciente coletivo da humanidade.
Para ele,
os viajantes espaciais seriam uma emanação de antigos temores
e desejos humanos, atualizados para as mentes do século XX.
Seriam anjos e demônios em trajes espaciais. Essa
equivalência, como se pode entender, tem duas faces. Ou os
visitantes alienígenas seriam mitos modernos, ou, como o
próprio Jung admitiu, os discos voadores podiam ser
espaçonaves reais, feitas de porcas e parafusos, que deram
origem ao arquétipo ao longo dos séculos. Essa última
alternativa, é claro, é até hoje a preferida de muitos
entusiastas da Ufologia, que afirmam sem rodeios que o
Fenômeno OVNI é exatamente o que parece ser – os discos
voadores são de fato naves alienígenas do espaço sideral,
pilotadas por seres com muito mais miolos e conhecimento
tecnológico do que nós.
Mas as posições dos ufólogos se
dividem quanto às abduções, como podemos observar nos dias de
hoje. Alguns vêem os relatos de raptos como fantasias
complexas e às vezes absurdas, que interferem no bom andamento
da pesquisa ufológica legítima – ou como indícios, de essência
irrelevante, de um fenômeno totalmente diferente. Outros
pesquisadores até defendem uma posição diametralmente oposta e
acreditam que os relatos de contatos imediatos com alienígenas
são a chave para compreensão do fenômeno ufológico. Enquanto
os cientistas tentam encontrar uma explicação natural
aceitável para as abduções, ufólogos mais entusiasmados
esforçavam-se para identificar as origens dos pilotos destas
aeronaves. Alguns deles, ampliando consideravelmente as
antigas lendas sobre a Atlântida, sugerem que os OVNIs
pertençam a uma civilização submarina, que a exploração
oceanográfica moderna até hoje não detectou.
Outros
chegam a especular que os veículos vêm de uma parte oca da
Terra, que os geofísicos também têm certeza que não existe. E
ainda garantem que os OVNIs seriam pilotados por seres que vêm
de planetas próximos da Terra, com a capacidade de se
esconderem no chamado hiperespaço. Há teorias para tudo, e é
importante frisar que muitos ufólogos as apóiam atualmente.
Jacques Vallée, um cientista francês que passou a se
interessar pelo assunto no início da década de 60, teceu uma
teoria conspiratória segundo a qual o Fenômeno OVNI se deve a
uma organização internacional que viria operando secretamente
desde o final da Segunda Guerra. De acordo com o elaborado
enredo imaginado por Vallée, hoje abandonado, essa singular
agência utilizaria o que se denomina tecnologia psicotrônica,
uma combinação de hipnotismo e tecnologia para pré-programar
pessoas suscetíveis para terem experiências com OVNIs,
espaçonaves que Vallée julga reais. Essa trama descrita por
ele implicava em levantar a teoria de que os OVNIs seriam
armas sofisticadas, terrestres ou não, pertencentes às grandes
potências.
Mas há ainda muitas outras versões e
variados ufólogos chegam a afirmar que existe uma espécie de
governo paralelo mundial, para os quais os mistérios dessas
naves são conhecidos e geridos. Ufólogos mais ousados sugerem
até que existam membros desse governo paralelo que esperam
obter vantagens tecnológicas estudando as naves desses
pretensos invasores alienígenas. Pode parecer muito
imaginativa essa teoria, mas também se pode verificar, no
momento, que as ocorrências extraordinárias que passaram a
existir desde a atual crise de terrorismo, lançada mais
diretamente por facções tribais do Afeganistão, de certa forma
anulam qualquer possível interferência extraterrestre. As
grandes potências estão apavoradas com o desdobramento dessas
ocorrências, e é evidente que nenhuma delas se sente protegida
por prováveis ETs, que possam ter feito algum conluio especial
com elas. Com o meio ufológico abarrotado de teorias, não
chega a surpreender que muitos pesquisadores ativos façam
questão de manter a nossa consciência aberta a esses
problemas. O professor Michael Swords, da Universidade do
Michigan e antigo editor do Journal of UFO Studies, chegou a
afirmar, em 1989, “que o fenômeno dos OVNIs está destinado
a produzir descobertas cientificamente importantes, e que
todas as teorias eram prematuras”. Swords insistia num
ponto sobre Ufologia: “Deixemos os fatos falarem, e não as
opiniões”.
* O autor esclarece que algumas
partes deste trabalho tiveram por base a série Mistérios do
Desconhecido da Abril Coleções, especialmente a das Abduções.
Todo o resto do contexto foi completo com opiniões pessoais,
dado a convivência que tenho do assunto Ufologia desde a sua
mocidade. Hoje com quase 81 anos, Claussen resolveu deixar no
papel os resultados da sua convivência com o
assunto. |
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